Vinho para iniciantes: Como apreciar? O que observar?

Se você está considerando fazer parte do universo da apreciação de vinhos, seja muito bem-vindo! Você será muito feliz como um de nós. Isso porque o desfrute de vinhos é, praticamente, uma arte sinestésica. Portanto, pegue sua taça, abra a sua garrafa e vá colocando os aprendizados em prática!

Mas para, para, para! Nós da I Love Vinhos consideramos que há um conteúdo essencial antes de aprender a degustar bons vinhos: saber como é o processo de fabricação do néctar divino. Então, vamos lá!

O vinho é elaborado de que maneira?!

A fabricação de vinho pode parecer um processo super complicado, mas não é tanto assim não, viu. Na verdade, o procedimento é até bem simples.

O primeiro passo é colher os frutos, após serem apanhados no tempo certo, eles são esmagados com objetivo de formar o mosto para iniciar a fermentação – é nesse momento que as leveduras transformam o açúcar em álcool. Em seguida, o líquido – que ainda não é vinho – é levado para ser filtrado até ficar sem resquícios; quando purificado, está pronto para ser engarrafado. E voilà, habemus vinum!

Identificando cada tipo de vinho

Se você gostaria de aprender a degustar um bom vinho, saiba que o primeiro passo é saber reconhecer quais são os tipos dessa bebida. Então, confira o passo a passo que elaboramos para facilitar a identificação de cada tipo de vinho!

1. O líquido borbulha?

Verifique se a bebida apresenta perlage – ou borbulhas. Se a resposta for sim, estamos lidando com espumantes ou frisantes – essa diferença dependerá basicamente da quantidade da pressão e, consequentemente, da perlage de cada um. Se você tem dúvidas sobre esse tema, vale muito a pena visitar o nosso post “Qual a diferença entre frisante e espumante?“.

Beleza! Identificamos que não há borbulhas, vamos continuar com o processo de identificação!

2. Qual a coloração da bebida?

Agora é hora de olhar para a cor do vinho! Isso porque, por meio da pigmentação do líquido, podemos caracterizá-lo em três grupos distintos: tinto, branco e rosé.

Tinto

O vinho tinto é feito com uvas avermelhadas e roxas – é a versão mais famosa, aquela que tem presença dos taninos! O tinto é a categoria mais consumida no mundo. É claro que essa categoria possui o selo de aprovação da I Love Vinhos, isso porque adoramos uma das frutas responsáveis pelo prestígio da bebida: a Malbec! Aproveite para ler mais sobre essa uva proveniente das regiões francesas!

Branco

Essa tipagem é criada a partir de uvas brancas e até mesmo uvas tintas, mas sem casca – para que a pigmentação não interfira no líquido. Outra diferença da bebida para as outras é o teor alcoólico, uma vez que a porcentagem de álcool no vinho branco é menor. Para os vinhos brancos, recomenda-se que seja servido gelado, pois potencializa a suavidade e o frescor do vinho. Então, pode apostar em uma boa taça de vinho branco!

Rosé

O vinho rosé existe basicamente para marcar a divisão entre os vinhos tintos e brancos. Normalmente, os rosés são concebidos com uvas escuras, mas que não liberam muita pigmentação durante a fermentação. Dizemos que ele é o intermédio entre os dois vinhos já mencionados, uma vez que é possível criar o vinho rosé misturando uvas brancas e tintas. Bacana não é mesmo? Atualmente, essa categoria está ganhando bastante espaço no mercado de vinhos!

3. O teor do açúcar

O último passo para reconhecer um vinho é por meio da sua doçura – ou pela falta dela, não é mesmo, vinho seco? A classificação é feita de três formas.

Vinho seco

Começamos pelo vinho que é considerado o mais difícil de ser engolido. Nós até entendemos, pois não é fácil começar pelo produto que quase não tem açúcar. Isso porque para que os vinhos sejam considerados secos, eles precisam apresentar até 4 gramas de glicose por litro! Pois é, a taxa é bem pequena mesmo. Entretanto, os vinhos secos são maravilhosos, basta dar uma chance a eles!

Isso porque o gosto e o aroma que estão na garrafa de um vinho seco são muito aguçados pela falta de açúcar. Assim, de certa forma, você estará tomando o vinho em sua forma mais “natural”. Uma boa analogia pode ser feita com o café sem açúcar, no começo pode ser estranho, mas, com o tempo, você começa apreciá-los.

Vinho meio seco

Para falarmos sobre os vinhos meio secos, precisamos adoçá-los um pouquinho mais. Isso porque, de acordo com a Lei nº 10.970, de 12 de novembro de 2004, para que o vinho seja considerado meio seco, ele precisa apresentar números que vão entre 4 e 25 gramas por litro da bebida.

Por possibilitar quantidades maiores de glicose, o vinho demi-sec é capaz de agradar os amantes de vinhos secos, mas também aqueles que preferem por bebidas mais adocicadas. Portanto, se você realmente quer apreciar vinhos, o semi-seco deve estar na sua lista de degustação – isso porque a variação do teor de açúcar pode ajudar no refinamento do seu paladar ao tentar identificá-los.

Vinho suave

Aqui estamos com os vinhos mais docinhos! Os vinhos suaves apresentam de 25 a 80 gramas de glicose por litro – imagina compará-los às versões de vinhos secos com apenas 4 gramas por litro?! É bastante diferença, não é?!

“Então, esses vinhos podem ser considerados um suco de uva?” Certamente, não! Isso porque a quantidade de açúcar não é responsável por classificar ou não um rótulo. Em boa parte dos casos, o açúcar é apenas uma questão de paladar e não para avaliar a bebida.

Conheça as principais uvas

Agora que você aprendeu a identificar cada tipo de vinho, é hora de aprofundarmos um pouco mais no assunto. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre algumas características da matéria-prima dos vinhos – e não estamos falando da água, mas sim das uvas!

“Mas pessoal do I Love Vinhos… eu sei o que é uma uva”. Nós sabemos que você sabe! Entretanto, é possível conhecer as propriedades de um vinho sabendo apenas com qual uva a bebida foi desenvolvida. Isso porque as frutas possuem particularidades que influenciam no sabor e no aroma do líquido. Então, confira quais são as principais frutas para vinhos brancos e tintos.

  • Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Carménère, Grenache, Malbec, Pinot Noir, Sangiovese, Syrah, Tannat e Tempranillo.
  • Uvas Brancas: Chardonnay, Chenin Blanc, Moscatel, Moscato Branco, Pinot Grigio, Riesling, Torrontés e Verdejo.

Essas uvas são as mais famosas quando falamos sobre a fabricação de vinho. No começo será um pouco complicado lembrar o nome de cada uma e em qual categoria ela se encaixa. Porém, com o tempo você lembrará até do cheiro de cada uma delas sem ter uma taça na mão.

Degustação

Após aprender conteúdos incríveis sobre o vinho, chegou o melhor momento: é hora de degustá-los. Mas aguenta um pouquinho, pois elaboramos um checklist para você ficar por dentro de como provar os vinhos com destreza!

  • Selecione a bebida;
  • Utilize a taça certa para o tipo do vinho escolhido;
  • Destaque quais são os pontos visuais do vinho, como cor, translucidez e viscosidade;
  • Tente evidenciar alguns aromas conhecidos;
  • Saboreie e aproveite o momento.

Se você for saborear mais de um tipo de vinho, considere uma outra dica super valiosa. A degustação deve ser feita do vinho mais recente ao mais antigo, do seco ao mais adocicado e do branco ao tinto.

As importância das taças

No tópico anterior, mencionamos “a taça certa” para o tipo do vinho, pois é… escolher a taça certa também é um ponto a ser destacado. Dessa forma, recomendamos que você leia o nosso post “Tipos de taças de vinho: como escolher a sua?“, por lá você encontra todas as dicas para a seleção.

Mas se você quer uma sugestão mais geral, opte por taças de cristal transparente com hastes longas. Assim, você conseguirá segura-las sem alterar a temperatura do liquido. Uma outra característica é o tamanho, uma vez que as taças grandes são recomendadas para vinhos que precisam do contato com o ar, já as menores são indicadas para as bebidas que precisam ser consumidas com mais rapidez.

Harmonização

Mesmo considerando que você é um iniciante da apreciação de vinhos, certamente, você já deve ter escutado o termo “harmonização” relacionado à temática, não é mesmo?

Isso porque há um equilíbrio entre a degustação e a harmonização. Esses dois fatores se completam por meio da soma dos sabores – elevando ainda mais a sua experiência. Então, aproveite para conferir todos os detalhes que estão envolvidos na harmonização de comidas com vinhos.

Pronto! Após todas essas informações, acreditamos que você está apto a apreciar um bom vinho. Se você tiver qualquer dúvida, entre em contato! É sempre um prazer ajudar um novo colega de taça!

Delci Werle é sommelière gaúcha, casada, mãe de duas filhas. Da família de descendência alemã, herdou a paixão por vinhos e gastronomia. Com o marido, veio o empreendedorismo e a distribuição de bebidas em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.

No currículo, cursos e conhecimentos diversos. Graduada na área da educação nos anos 80, passando por Secretariado Bilíngue (Unisinos) e mais recentemente um MBA em Inovação, Liderança e Gestão 3.0 (PUC-RS), Delci já trabalhou como professora e por longos anos esteve na indústria.

De 2009 pra cá, a gestão dos negócios tomou conta da sua rotina em definitivo. Atualmente, Delci está à frente da Werle Comercial, um dos maiores e-commerces de bebidas do Brasil. Ela sabe que empreender não é tarefa fácil atualmente, mas o desafio também é seu hobby: “o empreendedor deve estar em constante atualização, sempre atento às tendências de comportamento dos consumidores. Tenho sede por conhecimentos, novidades. Estou sempre me atualizando e de olho no que acontece no mercado!”.

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