Depois de muitos quilômetros percorridos e algumas taças de fascinantes vinhos alemães desfrutados, assim finalizamos nossa série de blogposts sobre a ProWein 2022.
Como não poderia deixar de ser, fizemos paradas estratégicas em vinícolas alemãs que enchem os olhos e o paladar. Deixamos os locais verdadeiramente apaixonados e com vontade de retornar (aliás, esta é uma rota de enoturismo que recomendamos de olhos fechados).
Queremos transmitir um pouco para você, que está sempre conosco aqui no I Love Vinhos. Boa leitura e depois nos conte o que achou!
Robert Weil: foco total no Riesling
Incrível! Assim pode ser definida a vinícola Robert Weil. Também pudera: ela é a maior e uma das mais importantes vinícolas da região de Rheingau, na Alemanha. Embora trabalhe apenas com uma varietal (a Riesling – veja nosso post sobre os vinhos alemães), seu destaque também é merecido pelo número de cuvées.
A Robert Weil tem uma história de sucesso. Mais de 150 anos atrás, Dr. Robert Weil comprou seus primeiros vinhedos nas encostas de Kiedrich, em 1867. Na época, ele trabalhava como professor de alemão na Universidade de Sorbonne, em Paris. Alguns anos depois, entretanto, ele precisou deixar a França em razão da guerra franco-prussiana de 1870. Cinco anos depois, ele fundou a vinícola que leva seu nome, entrando para a VDP (associação que reúne os principais produtores alemães) em 1907. O negócio passou ao filho em 1920.
Até 1988, a Robert Weil seguiu familiar, quando o neto de Weil negociou o controle da vinícola para a japonesa Suntory. A propriedade seguiu sendo administrada por Wilhelm Weil, diretor-geral. A entrada dos japoneses permitiu rápida expansão, com a área de vinhedos saindo dos 18 hectares de 1988 para os 90 hectares atuais.
Schloss Johannisberg: tradição quase milenar
A Schloss Johannisberg é absolutamente especial. Trata-se de um dos mais conhecidos domínios históricos importantes da Alemanha. É famosa como uma das vinícolas pioneiros a adotar a variedade de uva Riesling. E foi por lá que a podridão nobre foi descoberta por acidente.
Em 1716, Konstantin von Buttlar, Príncipe-Abade de Fulda, comprou a propriedade de Lothar Franz von Schönborn e iniciou a construção do palácio barroco. Já em 1720, plantou vinhas Riesling , tornando-a a mais antiga vinha Riesling do mundo. A propriedade mudou de dono algumas vezes durante as Guerras Napoleônicas, mas em 1816, Francisco II, o Sacro Imperador Romano, deu-a ao grande estadista austríaco Príncipe von Metternich.
Em 1942, o castelo foi bombardeado pelos ataques aéreos em Mainz em 1942. Já em meados de 1960, foi reconstruído por Paul Alfons von Metternich-Winneburg e sua esposa, a princesa Tatiana. O príncipe morreu em 1992, não deixando nenhum herdeiro, mas uma parte significativa de sua fortuna para sua amante. Mesmo assim, com a morte do marido, a princesa ainda residiu no local até sua morte em 2006. Atualmente, existem cerca de 35 hectares de vinhedos.
Em 2019, a vinícola ganhou a mídia, anunciando que foi capaz de produzir seu primeiro Icewine após uma década. Isso graças a temperaturas de -10°C que atingiram o Reno e permitiram a colheita das uvas congeladas.
Dr. Loosen: todos os aplausos a Ernst Loosen
Isso mesmo! Ernst Loosen é conhecido como o “Rei do Mosel”. Foi ele o responsável por colocar o vinho alemão em evidência mundial no século XXI. Quem o conhece sabe que seu bom humor, irreverência e conhecimento são de fato fascinantes.
À frente da vinícola Dr. Loosen, localizada nos arredores de Bernkastel, na região de Mosel, ele ainda gerencia uma produção anual de mais de 130 mil garrafas. A vinícola pertence à sua família há mais de 200 anos.
Não à toa, Ernst já conquistou uma série de prêmios e reconhecimentos pelo mundo:
- Embaixador do Vinho Alemão do Ano (Falstaff 2016);
- Uma das 100 Melhores Vinícolas do Ano (Wine & Spirits 2015, 2014, 2013, 2012, 2010, 2009, 2008 e 2007);
- Uma das 5 Melhores Vinícolas Europeias do Ano (Wine Enthusiast 2008);
- Melhor Produtor Alemão dos últimos 25 anos (Wine & Spirits 2007);
- Um dos 10 Melhores Produtores de Vinhos Brancos do Mundo (Decanter 2006);
- Homem do Ano (Decanter 2005);
- Melhor Produtor de Vinhos Brancos do Ano (Wine International 2005);
- Um dos 50 Enólogos Mais Influentes do Mundo (Wine & Spirits 2004);
- Produtor do Ano (Gault Millau 2001).
Ernst assumiu a Dr. Loosen em 1988. Logo concluiu que havia grande potencial qualitativo inexplorado nos vinhedos da família. Estudioso daquele que é um dos melhores terroirs da Alemanha, ele tinha tudo o que precisava para dar vida a vinhos incríveis. E assim o fez.
Para atingir seus objetivos, não poupou esforços. Reduziu dramaticamente a produção de seus vinhedos, adotou critérios de seleção de uvas e substituiu fertilizantes químicos por orgânicos. Também adotou novas práticas na adega, como vinificação mais sutil e mínima intervenção tecnológica, a fim de que seus vinhos passassem a expressar fiel e plenamente suas origens.
E aí, gostou de viajar conosco por estas vinícolas alemãs incríveis?
Delci Werle é sommelière gaúcha, casada, mãe de duas filhas. Da família de descendência alemã, herdou a paixão por vinhos e gastronomia. Com o marido, veio o empreendedorismo e a distribuição de bebidas em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.
No currículo, cursos e conhecimentos diversos. Graduada na área da educação nos anos 80, passando por Secretariado Bilíngue (Unisinos) e mais recentemente um MBA em Inovação, Liderança e Gestão 3.0 (PUC-RS), Delci já trabalhou como professora e por longos anos esteve na indústria.
De 2009 pra cá, a gestão dos negócios tomou conta da sua rotina em definitivo. Atualmente, Delci está à frente da Werle Comercial, um dos maiores e-commerces de bebidas do Brasil. Ela sabe que empreender não é tarefa fácil atualmente, mas o desafio também é seu hobby: “o empreendedor deve estar em constante atualização, sempre atento às tendências de comportamento dos consumidores. Tenho sede por conhecimentos, novidades. Estou sempre me atualizando e de olho no que acontece no mercado!”.
